Em um avanço significativo para a ciência brasileira, pesquisadores vinculados à Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), localizada em Ilhéus, Bahia, identificaram o menor anfíbio do mundo.
A pesquisa, liderada pela bióloga Wendy Bolaños durante seu mestrado no Programa de Pós-graduação em Zoologia da UESC, revelou que o “sapinho pulga” (Brachycephalus pulex) ocupa essa posição no ranking de tamanho entre os vertebrados. Este diminuto sapo, que habita exclusivamente em topos de morro na Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra Bonita, em Camacan, e no Parque Nacional Serra das Lontras, em Arataca, ambos no sul da Bahia, teve o menor macho adulto medido em apenas 6,45 mm.
A descoberta supera o recorde anterior de um sapo da Papua-Nova Guiné e foi divulgada na renomada revista científica Zoologica Scripta. A pesquisa destacou a importância de preservar a biodiversidade única da região e chamou atenção para a vulnerabilidade da espécie diante das mudanças climáticas. Professores da UESC, como Mirco Solé e Iuri Ribeiro Dias, ressaltaram a preocupação com a sobrevivência do sapinho pulga, especialmente porque sua localização em topos de morro limita sua capacidade de migração diante do aumento global das temperaturas.
A pesquisa contou com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Mohamed bin Zayed Species Conservation Fund.
O trabalho dos pesquisadores da UESC não apenas contribui para o conhecimento científico global, mas também ressalta a urgência de medidas de conservação que assegurem a continuidade dessa espécie, agora reconhecida como o menor anfíbio do mundo, e a preservação da rica biodiversidade encontrada no sul da Bahia.
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