Em tom de reflexão, Lili destacou a condição humana do pai e relembrou os desvios que marcaram sua trajetória. “Meu pai partiu. Como qualquer ser humano, foi finito e também alguém que se perdeu em sua vaidade e narcisismo”, escreveu. Filha da cantora Eliane de Grammont, assassinada por Lindomar em 1981, ela afirmou que o crime representou uma morte simbólica do próprio autor. “Quando ele tirou a vida da minha mãe, também morreu em vida”, desabafou.
Entre os maiores sucessos estão “Vou Rifar Meu Coração”, canção que atravessou gerações, além de “Entre Tapas e Beijos” e “Você É Doida Demais”, músicas que ganharam novo público ao serem utilizadas em produções da TV Globo.
Apesar da trajetória artística expressiva, sua carreira ficou definitivamente marcada pelo assassinato da cantora Eliane de Grammont. O crime ocorreu na madrugada de 30 de março de 1981, em uma casa noturna de São Paulo, onde Eliane se apresentava. Lindomar invadiu o local armado e atirou contra o palco, matando a ex-esposa e ferindo o músico que a acompanhava.
O caso teve grande repercussão nacional e impulsionou manifestações do movimento feminista em todo o país. Lindomar foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão, cumprindo parte da pena em regime fechado antes de deixar o sistema prisional em 1996.
Após ganhar liberdade, o cantor tentou retomar a carreira musical no início dos anos 2000, mas acabou se afastando da vida pública, vivendo de forma reservada e enfrentando problemas de saúde que afetaram sua voz.
Na despedida, Lili De Grammont ressaltou a complexidade do perdão e desejou que o pai encontrasse paz. Segundo ela, o processo envolve dores profundas, mas também a busca por cura e transformação.


Nenhum comentário: