Na Bahia, os festejos juninos só se encerram depois do São Pedro, celebrado em 29 de junho. Apesar da maior parte das cidades baianas investirem no São João, que é mais popular, tem município que é muito conhecido pela festa de São Pedro, como é o caso de Itiruçu, cidade do sudoeste do estado, a cerca de 460 km de Salvador.
Ele, que nasceu e mora em Itiruçu, é empresário do ramo de distribuição de bebidas e material de construção na cidade.
Além da festa montada pela prefeitura, um evento particular é realizado em uma fazenda da região e atrai turistas de diversas cidades da Bahia. De acordo com os comerciantes, essa festa também aumenta a movimentação de pessoas no município, o que faz circular dinheiro em Itiruçu.
A cidade, com área territorial de 322,243 km² e população estimada em 12.528 pessoas, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou em 2019 cerca de 50 mil pessoas por noite nos festejos de São Pedro, conforme informou a prefeita Lorenna Di Gregório.
Nesta terça-feira (29), dia de São Pedro, o cenário na cidade é outro. Muitos comerciantes investiram na decoração dos estabelecimentos, mas não contaram com a presença da multidão por causa da suspensão dos festejos juninos pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia da Covid-19.
Tamires Louzado é uma das comerciantes que viu o movimento dos negócios cair.
"Tínhamos mais encomendas de salgados, tortas, entregas de pão para barracas que chegavam na cidade para vender hambúrguer, hot dog. Fornecíamos comidas para os camarins quando era solicitado, tínhamos necessidade de contratar oito pessoas porque funcionávamos 24 horas", conta.
Em 2020, ao invés de contratar ela precisou demitir quatro pessoas. Dona de uma padaria que também fornece almoço, ela conta que parte do restaurante precisou ser desativada na pandemia.
Tamires detalha ainda que mesmo com três dias de São Pedro, o aumento das vendas começava antes mesmo do São João, quando os pedidos aumentavam e algumas pessoas chegavam à cidade para os festejos juninos.
"O São Pedro garantia economia para a gente se manter durante o ano. As dificuldades que a gente passava no decorrer de outros meses, no São Pedro a gente conseguia restabelecer. Contando que nosso estabelecimento está localizado no circuito da festa, o que tornava proveitoso o nosso funcionamento", destaca.
Há cinco anos com uma distribuidora de bebidas na cidade, Jairo Leite revela que nunca tinha sido tão impactado economicamente como quando ocorreu com a suspensão dos festejos juninos por causa da pandemia.
"A gente espera essa verba festiva, como não teve, agrava muito, acaba prejudicando o comércio. A gente vendia demais. No mês de junho eu tinha um aumento de 500% nas vendas comparado aos outros meses. Ano passado não teve nada e este ano aumentou uma besteirinha, uns 50% no período de São João, mas isso é considerado pouco", revela Jairo.
Silvio D'Antônio, dono de um mercado próximo ao local da festa também revela o impacto. Apesar de ser do setor de supermercado, que possui procura durante todo o ano, ele também aponta queda de vendas sem os festejos de São Pedro.
Dono de um bar há mais de 20 anos, Givanildo Franco Menezes revela que
mesmo com o próprio estabelecimento sendo mais distante do ponto central
da festa, antes da pandemia, o movimento no bar era grande e gerava uma
boa renda por causa da festa de São Pedro.
A prefeita de Itiruçu Lorenna Di Gregório explica que não houve o impacto direto para a gestão municipal, ao contrário do que ocorre com alguns setores comerciais da cidade.
"Tem uma população que ganha com a festa como donos de bares, restaurantes, mercados e outros. Mas para a prefeitura em si não tivemos esse impacto direto", completa.
Texto original G1
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