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Urologista destaca importância do diálogo com o paciente

Paciente no tratamento do câncer de próstata e a importância do diálogo


câncer de próstata

O urologista Neal Shore tem uma das mais difíceis missões de um médico – comunicar ao paciente que ele sofre de câncer de próstata e direcioná-lo ao melhor tratamento possível no momento do diagnóstico. Com mais de trinta anos de experiência como uro-oncologista, ele assegura que "não há diferença cultural quando se fala da reação do paciente ao anúncio da doença. "É como se a pessoa ganhasse um passaporte onde está escrito ´tenho câncer´ e a reação imediata é invariavelmente de tristeza", ressalta o especialista e um dos autores do PROSPER1 – estudo de fase 3, que mostrou que o medicamento enzalutamida reduziu significativamente, em 71%, o risco de metástase ou óbito em homens com câncer de próstata não metastático resistente à castração (CPRCnm).

Shore esteve em São Paulo no início de outubro para participar do Astellas Oncology Forum 2018, evento promovido pela farmacêutica japonesa Astellas Farma Brasil com o objetivo de discutir casos clínicos com médicos e representantes de planos de saúde. O evento antecipou um dos temas que serão abordados na campanha de conscientização sobre câncer de próstata Novembro Azul deste ano: o medo de ser diagnosticado com a doença.

Para o diretor-executivo, líder de Patient Experience, da Astellas nos Estados Unidos, Doug Noland, o evento foi mais uma oportunidade de médicos e pesquisadores trocarem experiências enriquecedoras para melhorar o tratamento aos pacientes. "O bem-estar do paciente é sempre o foco do que fazemos, e esses exemplos permitem aprimorar nosso trabalho em busca de melhores tratamentos", reforçou o executivo.

O Astellas Oncology Forum 2018 reuniu diversos especialistas da área de todo o mundo, entre eles o Daniel Herchenhorn, coordenador científico da Oncologia da Rede D´Or; André Sasse, oncologista do Grupo Sasse Oncologia e Hematologia; Igor Morbeck, oncologista do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês de Brasília; Ubirajara Ferreira, professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Walter Costa, titular do Núcleo de Urologia do A.C. Camargo Cancer Center; e Glyn Elwyn, professor do Dartmouth Institutte, que pertence ao Instituto Dartmouth para Política de Saúde e Prática Clínica, nos Estados Unidos.

Para o médico Ubirajara Ferreira, da Unicamp, e um dos principais pesquisadores do estudo PROSPER no Brasil, foi um momento raro para o encontro de especialistas na área em torno de um estudo que aponta caminhos para a melhora na qualidade de vida do paciente. "É sempre importante essa troca de experiências para avançarmos no tratamento do câncer de próstata", ressaltou.

Por meio de entrevista, o uro-oconlogista, Neal Shore, com passagens também pelo Cornell Medical Center/The New York Hospital e integrante da Sociedade Norte-americana de Oncologia Clínica e da Associação Norte-americana de Urologia, destacou a importância da relação entre médico e paciente.

O Sr. já esteve várias vezes no Brasil. Há alguma diferença na forma como o paciente de câncer reage à notícia de que está com câncer de próstata aqui no Brasil, em relação aos seus pacientes nos Estados Unidos?

Dr. Neal Shore (NS): Não, é sempre perturbador, independentemente do histórico e cultura do paciente. O importante é que o médico explique com máxima clareza, ao paciente, a agressividade biológica do seu câncer de próstata; quais tratamentos estão disponíveis para ele e como eles pode afetar sua sobrevivência, qualidade de vida, e o perfil de risco terapêutico.

O Sr. está dizendo então que é muito importante dialogar com o paciente para encaminhá-lo ao tratamento?

NS: É fundamental explicar claramente todas as opções para o paciente e a sua família. No caso de câncer de próstata, por exemplo, pode ter um grande componente genético, então é preciso ter um histórico familiar detalhado de câncer. Alguns pacientes nem sempre se sentem confortáveis em revelar seus sintomas ou medos do tratamento, daí, a importância da família comparecer as consultas.

Há diferença na aceitação do diagnóstico em função da idade do paciente?

NS: Sim, as gerações mais jovens as vezes se sentem mais confortáveis para fazer perguntas mais detalhadas. Além disso, os parâmetros globais, étnicos, socioeconômicos e de idade influenciam a interação médico-paciente.

O estilo de vida moderno, sobretudo nas grandes cidades, é um convite ao sedentarismo. O Sr. vê alguma relação entre esse modo de vida e o aumento de casos de câncer de próstata?

NS: De maneira geral, não diria que há uma relação direta entre esse cenário e o aumento dos casos. O que temos comprovado no dia a dia é que pacientes com câncer de próstata que tiveram uma vida saudável até ficarem doentes, respondem melhor aos tratamentos. Eles podem melhorar a imunidade e de maneira geral são mais tolerantes à terapias quando seu estado geral de saúde é mantido por exercícios regulares, alimentação saudável, uma boa qualidade de sono e prevenção de stress. De fato, ter um estilo de vida saudável é bom para as pessoas que não estão doentes bem como para aqueles que podem enfrentar algum tipo de tratamento contra o câncer.

Por que o Sr. escolheu ser médico e atuar em uma área tão sensível com a pesquisa em Oncologia?

NS: Meus pais foram meus verdadeiros mentores. Minha mãe era professora primária e depois se tornou diretora de uma escola infantil. Dela, herdei a paixão por educação e pela pesquisa. Meu pai, que era médico de família, cuja consultório fazia parte da minha casa, foi minha referência de profissional. Quando eu fui para a faculdade de Medicina e para a residência, eu trabalhei com muitos cientistas, e isso fez muita diferença pra mim.
Informações Caroline Medeiros

Itiruçu Notícias

Aqui a notícia é fato!

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