Nossa reportagem entrevistou a
advogada Alidiney Aguiar Borges, pós graduada em Psicologia Jurídica e Mestrada
em Resolução de Conflitos e Mediações. Ela que realizou uma palestra sobre
“Conceito de Assedio Sexual, Estupro e Cultura do Estupro.” Evento realizado na
Casa da Cultura Maria Lindaura Catunda em Itiruçu, com alunos do Colégio Maria
Cândida de Castilho Fontoura. Na entrevista ela fala sobre o tema apresentado
na palestra uma vez que estamos no mês de maio, mês lembrado como de luta e combate
ao abuso sexual sobre tudo contra menores. A Entrevista vai ao ar nesta sexta
feira (18-05-2018) no 1º Jornal a partir das 6 da manhã pela Itiruçu FM.
A palestra organizada pela
direção do Colégio Estadual foi voltada para alunos do 3ºano, jovens da
vanguarda do momento que precisam formar consciência sobre as situações
conflitantes com uma cultura ainda machista em pleno século XXI.
A Cultura do estupro é um
contexto no qual o estupro é pervasivo e normalizado devido a atitudes sociais
sobre gênero e sexualidade. Comportamentos comumente associados com a cultura
do estupro incluem a culpabilização da vítima, a objetificação sexual da
mulher, a crença em mitos do estupro, trivialização do estupro, a negação de
estupros, a recusa me reconhecer o dano causado por algumas formas de violência
sexual, ou a combinação entre esses comportamentos.
A noção de cultura do estupro foi
usada para descrever e explicar comportamento dentro de grupos sociais,
incluindo estupros dentro de prisões, e em áreas de conflito onde estupros de
guerra eram usados como arma psicológica. Sociedades inteiras foram acusadas de
possuir uma cultura de estupro.
Alunos do Colégio Estadual Maria Candida, assistem palestra na Casa da Cultura
De acordo com a cientista
política Iris Marion Young, as vítimas em culturas de estupro vivem com medo de
atos aleatórios de violência sexual opressiva que se destinam a prejudicar ou
humilhar a vítima.
Palestrante: Advogada Alidney Borges e a Diretora Livia Santana
Esta cultura também está ligada à
segregação de gênero e a crença de que o estupro prova masculinidade. Outras
manifestações da cultura do estupro incluem a negação do estupro generalizada,
a apatia das instituições quanto ao problema do estupro, minimização dos casos
de estupro por funcionários do governo, e a desculpa de que estupradores são
anomalias sociais.
Uma preocupação é que a cultura
do estupro nos Estados Unidos por exemplo e não é diferente no Brasil pode
influenciar jurados de tomada de decisão em ensaios de agressão sexual. O
resultado é que os homens que cometeram crimes de agressão sexual podem receber
pouca ou nenhuma punição, o que serve para fortalecer a cultura do estupro no
sistema judicial americano e na sociedade americana como um todo.
O termo usado para definir a que
os homens são submetidos em uma cultura do estupro é a masculinidade tóxica.
Este é um estereótipo de gênero que sobrecarrega os homens na sociedade, os
descreve como sexualmente motivados e violentos. Em uma sociedade machista, dos
homens são esperados que fossem dominantes, fortes, violentos, sexuais e
controladores. Já as mulheres são esperadas serem submissas, fracas, passivas,
decorativas e controláveis.
É graças a essa cultura do
estupro, que os casos acontecem principalmente nos seios das famílias onde os
estupradores podem ser desde pais ou padrastos, até pessoas próximas da vitimas
conhecidas das famílias. Dados apontam que vivemos na região ainda com um alto índice
de casos de violações sexuais encobertos, cujas vítimas não têm coragem de
denunciar por pressão familiar e infelizmente até religiosa.
No Brasil há 12 assassinatos de
mulheres e 135 estupros por dia, por exemplo, ou seja 1 a cada 11 minutos. Só
no ano passado foram 49.497 casos de estupro.
É importante que você denuncie,
caso perceba algo estranho na vizinhança ligando para o disk 100, por exemplo,
quando se tratarem de menores, delegacia da mulher, ou acionando a polícia em
situações suspeitas.
*Fotos da Palestra realizada nesta terça na Casa da Cultura em Itiruçu.
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