Vendo as postagens nas redes sociais, onde as pessoas expressam suas ideias e sentimentos aos demais que compõe o mesmo ciclo ou rede, ao deparar com uma citação de que o parlamentar que votar a favor da reforma da previdência proposta pelo governo Temer, não deve ser eleito pelo povo brasileiro. E ainda um vídeo, onde o deputado Alceu Moreira (PMDB) diz que acabaria com o tempo da vagabundização remunerada, isso se referindo as aposentadorias (ouça aqui); vídeo esse que repercutiu depois de mais de três meses de gravado, mostra que a população está se dando conta de que a forte onda neoliberal, do estado mínimo, está prestes a atingir direitos que davam estabilidade a vida de muitos brasileiros.
Primeiro com a PEC 55 do corte nos
investimentos públicos, já aprovado. PEC esta que certamente a médio e longo
prazo levará sucateamento a mais na saúde, educação, segurança, infraestrutura,
etc.
Vem aí a PEC que altera os direitos trabalhista,
onde aumenta a jornada de trabalha, derruba a vigência da lei com a simples
afirmação de um acordo com o patrão, inclusive alterando até a questão das
férias. E ainda de quebra, uma lei da terceirização, que torna as atividades
fins terceirizadas, o que de leva ainda acarretará caos a segurança do
trabalhador.
Com tudo isso a vista, a pergunta é:
Tem solução?
Para responder, devemos primeiro
entender o porquê que tudo isso está acontecendo para aprendermos e evitarmos
no futuro a continuidade da investida neoliberal, caso não gostemos dela.
É bom lembrarmos que todos estes
deputados e senadores foram eleitos em 2014, com exceção de alguns senadores
que se elegeram em 2010, isso com o voto popular. Ou seja, o seu, o meu, o
nosso voto. Mas o que levou o brasileiro a fazer esta escolha para bem depois
entender que fez a escolha errada? Bom, muitos não levaram em conta o partido
no qual era filiado seu candidato. Apesar de se dizer e até a gente vê indícios
de que ideologias não existem, mas o que fica muito claro é que ideologia
existe sim e os partidos com seus membros, representam muito bem isso. Basta
ver como era o governo anterior e suas prioridades e o atual e suas
prioridades. Logico separando os vícios e comportamentos de coalisão para se manter
no poder.
Mas como o que o sistema quer, é que
pensemos que tudo é igual e que ideais não existem mais. Investe-se nisso a
ponto de parecer óbvio o que não é. E a maioria pensando que tudo é igual, vota
motivado pelo torcida, o ódio a siglas, pelo que fala usando o nome de Deus e
até pelo que fala de moralismo, de combate à violência com violências, vota na
aparência, vota na capacidade de o individuo falar mesóclises, falar o
português formal, etc, como sendo isso apenas requisitos para se ter um bom
parlamento, um bom governo. Egano! Só saberemos se o político nos representa, primeiro
entendendo o que eu penso na saúde, educação, etc. Se quero com maior presença,
ou com menor presença pública. Se quero o público fortalecido, com qualidade;
ou se não acho importante o público e que deve ser substituído pelo privado, ou
se acho um pouco dos dois, ou mais para um lado ou para outro. Logo descobrirei
se sou socialista (público fortalecido), se sou neoliberal de direito (não me
importo com o público o privado em primeiro lugar) se sou de centro esquerda
(mais o público, mas dando atenção também ao privado) se de centro (um pouco
para cada) ou ainda de centro direito mantendo o público no mínimo e abrindo
cada vez mais ao privado.
Daí então, deverá pesquisar sobre o
político. O que ele pensa, não no ato da campanha, mas na sua vida, por
exemplo, sobre economia, sobre estado, sobre estado público mínimo, moderado,
ou máximo. Ou seja, se o que ele pensa combina com o que pensas. Pesquisar
sobre seu partido. É partido de esquerda, direita, centro etc. Lembre-se, seu
plano de governo levará a questão das ideologias a sério, lógico que com uma
pitada de clientelismo para parecer agradável a todos. Mas ignore aqui o
populismo caso se choque com a ideologia do individuo que pleiteia seu voto. Ok?
Como a população em 2014 (e antes)
não levou isso em conta até por falta de conhecimento, então votaram movidos
pela campanha ati-PT, anti-comunista, socialista etc, anti-petralha,
anti-coxinha. E olha que o PT nem é socialista e nem comunista. E o pior, é que
a maioria de fato nem sabe o que significa comunista, socialista, capitalista,
progressistas, neoliberais etc. Apenas sendo movidos por jogadas de palavras
montadas na época da ditadura, para lavar cérebros contra a esquerda, e
retrazidas a tona agora recente. Tais como: o comunismo mata, o comunismo é
contra Deus, o comunismo é do Diabo...etc. Diante disso, pessoas que não se
atentaram, reacenderam a xenofobia, o ódio ao que nem conhecia, e com base nas
frases de lavar cérebro da época da ditatura, no nome em vão de Deus, no nome
em vão da ética, da honestidade, sem saber que estavam sendo enganados por quem
não quiseram dizer seu verdadeiro propósito, elegeram tudo isso que temos hoje.
Depois de eleito, o verdadeiro
proposito aconteceu. O governo Dilma reeleito também apresentava fissuras e
problemas, mas o proposito daqueles se elegeram falando de Deus, da ética, da
honestidade, logo foram abalados quando a presidente pressionada por protestos
“pró honestidade” anunciou que mandaria ao congresso, como de fato mandou, um
PL que tornava corrupção crime hediondo e anunciou ainda que faria todo
possível para ter uma lei de democratização da mídia, que acabaria com o
“megaholigopolios”. Assim antes de assumir, ela acabou de decretar o fim do seu
governo ao anunciar na Globo que brigaria com os megaholigopolios da qual a
Globo faz parte, e que tornaria os costumes da maioria dos parlamentares em
crime hediondo. Assim ela uniu a mídia “megaholigopolitana”, o judiciário
comprometido com parlamentares ameaçados de irem para cadeia por suas
diversões, isso numa tacada só contra seu frágil governo.
Não deu outra. O congresso elege
Cunha que declara guerra ao governo. Pautas bombas e trancamentos de outras
importantes para a vida do governo Dilma, inviabilizavam o país. E na época a
oposição, hoje governo, bradava! “Vamos parar o país para derrubar o governo...”
Logo criaram grupos disfarçados de apolíticos que arregimentavam pessoas
temerosas com a economia e raivosas com o PT, com a corrupção, pedindo o
impeachment a irem às ruas, como se tirar Dilma e o acabar o PT fosse a solução.
Para resumir a ópera. Os movimentos manipulados nas ruas ajudavam nas
entrelinhas a oposição a se juntar com o vice-presidente, para conspirar e
derrubar o governo, com a condição de que o programa de governo derrotado nas
urnas, substituísse o vitorioso. Assim, aquele voto impensado ou pensado não
pelos motivos de cidadania, resultou no agravamento da crise de forma
proposital para pelo caos tomarem o poder, e por fim estancar as investigações
contra corruptos (segundo os áudios de Jucá com um ministro da justiça).
E os verdadeiros propositos dos que
falavam em nome de Deus, moralidade e da ética em vão, ficaram agora claro, e
vão ficando cada vez mais. Qual resultado a priori? Inicia com uma crise
econômica maior, golpe parlamentar, impeachment, projeto derrotado nas urnas
imposto. E deste projeto derrotado nas urnas em 2014, mas colocado em pratico
pelo pacto do impeachment entre o vice-presidente e a oposição, hoje governo, vem
a PEC 55, a Reforma da Previdência, Reforma da Lei Trabalhista, A Lei da
Terceirização, A Redução dos Programa Sociais, A Institucionalização ainda mais
da Corrupção, O empobrecimento ainda mais da população.
Mas por outro lado os há benefícios
para empregadores que não respeitam trabalhadores, lucros para donos de
previdência privada, de donos de planos de saúde e educação particular, das
grandes corporações midiáticas, e por fim o jeito de apaziguar os corruptos e
corruptores que ainda estão em pé de guerra, mas já há sinais de calmaria a
vista. O Caixa 2 que o diga da defesa do Ministro do STF Gilmar Mendes.
Mas respondendo a pergunta. Tem
solução? A resposta é: Diante do exposto e ainda por outros que possa existir,
que deve existir e que existe. Seu voto, se permitirem a eleição de 2018, já
que estão ameaçando, fará a diferença. A diferença positiva para você se seu
voto não for fruto de corrupção, de retóricas, de ódio, e do “tudo é a mesma
coisa”. Mas a solução virá se for fruto de um julgamento frio e calculista de
acordo com sua forma de pensar, da sua ideologia, pois até os que dizem não
existir ideologia já está expressando uma. O voto tem que ser pelo que você
quer para sua vida, para seus filhos, para sua comunidade, para sua cidade,
para seu estado, seu país. Se você acha que o voto não deve ser dado ao
parlamentar que votar (ou) na PEC 55 da redução de investimentos, Reforma da
Previdência, das Leis Trabalhistas. Ou se você acha que justamente por isso é que o
parlamentar merecerá seu voto. Parabéns! Acaba de encontra-se com uma
ideologia! Um Brasil melhor ainda é possível, ele está na sua cabeça.
Liberte-o!
Por Ed Santos
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