Suspeito de se beneficiar do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, o deputado baiano Luiz Argôlo (SD) praticamente escapou de ter o mandato cassado por quebra de decoro. Pelo regimento da Câmara, não há tempo hábil para que o processo contra Argôlo seja votado em Plenário antes do recesso do Congresso, que começa em 19 de dezembro. Citado pela Polícia Federal como alguém muito próximo do doleiro Alberto Youssef (cabeça de esquema de pagamento de propina em contratos da Petrobras com empreiteiras), o deputado baiano Luiz Argôlo (SD) deixa a Câmara em janeiro próximo e, consequentemente, perderá sua imunidade parlamentar porque não conseguiu se reeleger.
Segundo a Polícia Federal, o deputado baiano fez vários negócios com o doleiro preso e chegou a ganhar um helicóptero de presente. Em outra citação, a polícia diz que Luiz Argôlo recebeu uma fazenda com cabeças de gado como 'pagamento'. Quando acabar seu mandato, ele responderá a qualquer processo como cidadão comum. Parlamentares têm foro privilegiado.
Pelas normas da Casa, mesmo após a entrega do parecer, ainda cabe pedido de vistas válido por duas sessões. Só depois, a CCJ poderia decidir se envia ou não o pedido de cassação ao Plenário. Ainda assim, seriam necessárias outras duas sessões para, enfim, submeter o processo ao voto aberto dos deputados, conforme a coluna Satélite, do jornal Correio*.
Não sendo cassado, ele não ficará inelegível e poderá até se candidatar em 2016. Ou, quem sabe, retornar à Câmara, já que é o primeiro suplente da coligação liderada pelo DEM na Bahia.



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