Assim que apitou o término da partida, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro cerrou os punhos ao ar, fez duas vezes o sinal da cruz e voltou a vibrar depois que encontrou os integrantes do trio de arbitragem, Guilherme Dias Camilo e Pablo Almeida da Costa.
Em contato com a reportagem, o juiz da federação mineira explicou as razões que o motivaram a fazer o gesto.
"Nossa atividade exige muita concentração, frieza e dedicação. Há momentos nos quais precisamos externar nossos sentimentos. Na noite de ontem, após o apito final, vibrei com meus companheiros de arbitragem pelo bom trabalho que executamos. Poucas pessoas sabem das dificuldades que enfrentamos durante uma partida. A sensação do dever cumprido foi traduzida num gesto de força, que representa nosso mais sincero sentimento de legitimar o resultado do jogo e assim aplicar a justiça", explicou.
Ricardo Marques acredita que o desempenho do trio de arbitragem não interferiu no resultado final da partida.
"Realizamos um bom trabalho. O jogo exigiu muito de nossa equipe. Um clássico com equipes em situações distintas na tabela. Sabíamos das dificuldades mas colocamos em prática o que planificamos. O resultado, a meu sentir, foi positivo".
De acordo com o consultor de arbitragem da ESPN, Sálvio Spínola Fagundes Filho, o gesto de Ricardo Marques é um desabafo, mas alerta para que não seja feito em um contexto desfavorável.
"A expressão de alegria do árbitro é a demonstração de realização de bom trabalho. Normalmente isso acontece no vestiário após o jogo ou até no jantar com um brinde. Quando a atuação não é boa, fica um clima de tristeza e até o jantar costuma ser cancelado", disse.
Nenhum comentário: