Não foi novidade! Já era esperado não pelas provas, mas pelas
convicções políticas que mais uma vez predominou no julgamento onde os
Desembargadores do TRF4 de Porto Alegre não só manteve como ampliou as penas
para o ex-presidente da república e único pré-candidato com maior aceitação
popular, Luis Inácio Lula da Silva.
Sem provas? Como assim?! Isso mesmo, acompanhando a peça
acusatória do MPF não foi mostrado nenhum documento, ou outro tipo de prova que
não deixasse dúvidas do dolo do reu, no caso, o Lula. Apenas foi apresentado
como sendo provas ligações supositivas por que um corrupto confesso como
Ceveró, Duque, Delcidio, etc. disse a um juiz que um ex diretor da Petrobrás
por exemplo foi indicado por Lula, e que portanto Lula sabia que estavam roubando,
e por que sabia e indicava presidentes da estatal (o que é normal com todos os
presidentes) era o chefe de tudo, e certamente estava sendo beneficiado, por
que um outro corrupto confesso também assim disse buscando com isso reduzir e
receber prêmios em suas penas, que o tríplex era de Lula. Parece uma ligação
perfeita, mas cadê a prova?
Bom, o Ministério Público ainda por sua vez usou de uma
reportagem do Jornal O Globo, onde alguém havia confessado ao jornalista que o
tríplex era de Lula e se o ex presidente andou interessado...então concluiu-se:
bom certamente é dele, porem mais uma vez, cadê a prova? Então com uma boa
retórica, fez se ligações daqui, ligações dali, que chegou a apenas a indícios,
indícios que disseram provar. Mas afinal indícios são provas? Alguém pode ser
condenado apenas com indícios?
Afinal e o Triplex é mesmo de Lula, tem algum registro, algo
que podesse provar? Não, segundo documentos legalmente registrados o tríplex é
da empresa OAS, cuja justiça federal de Brasilia teria hipotecado da referida
empresa. E o que tem a ver com o Lula? O fato de Lula ter visitado o lugar e
conhecer o antigo dono da OAS. Mas afinal o que isso prova? Prova só que ele
foi lá. Mas a pergunta vem em seguida, só por que alguém visita alguma casa já
pode ser dono?
Como ninguém mostrou as provas, só cabe ficarmos com um julgamento
revanchista e de vingança. E por que? Por que desde que houve o inicio do
processo contra Dilma, todos se lembram que iniciou-se também denuncias contra
Lula. Lula reagiu e teve suas conversas particulares gravadas e distribuídas
pelo Juíz Federal Sergio Moro da Lava Jato nas redes sociais. Nas conversas ele
criticava a inercia do judiciário quanto aos desmandos constitucionais no país.
Como era uma conversa particular, ouviu-se alguns palavrões, comum do dia a dia
de muita gente, mas que ao que parece causou um espanto demagogo.
Houve então uma reação provocada pela mídia ao poder
judiciário, Lula teve o cargo de ministro indeferido por Gilmar Mendes e os
conflitos verbais só se acirraram. Até que Moro decide abrir processo contra
Lula, o condena a 9 anos de prisão, houve a apelação no TRF4 que mesmo sem as
benditas provas, apenas com os indícios considerados como provas, mantêm sua
condenação ampliando a pena para 12 anos 1mes de prisão. Um dos desembargadores
condenador disse: Ele (Lula) não está acima de nós, acima do bem e do mal. Esse
julgamento não é politica, frases que mostraram a inquietudes dos meretissimos
diante da fragilidade dos argumentos. Conclui-se que Lula iniciou uma guerra
com o Judiciário que pode aniquilar ele mesmo, porém fez brotar, renascer as
forças de esquerdas que descia ao ostracismo com a crise de 14.
Outro ponto previsto da condenação, é que o que o condena não
foi uma pratica criminosa, nem o Lula, por ser o Lula, mas um projeto que tirou
o país do mapa da fome, fez a economia sair da 13ª para a 6ª, fez surgir
inúmeras universidades, enfim permitiu que o pobre subisse e chegasse perto do
mais rico. Isso as elites que sempre mandaram não gostam. Preconceito,
revanchismo, aquela de colocar o pobre no lugar de pobre, já que o Brasil hoje
voltou a ser cada vez mais pobre, é só olhar como subiu o salario mínimo e como
subiu o preço gas por exemplo. Tirar Lula do páreo talvez seja a melhor solução
para impedir que essa aproximação reaconteça.
Foi justamente neste período, conhecido como a era Lula que o
Brasil começou conquistar respeitabilidade, esteve com Conselho de Segurança da
ONU, começou exercer liderança regional e passou a ser moda no mundo. Isso
obviamente mexeu com interesses de outras potências como o EUA que até então
mandava soberanamente no mundo. Criou-se os BRICS, pagou-se a divida externa e
passou a ser credor do FMI, começou a criar uma alternativa de poder no mundo,
um contraponto ao Banco Mundial, o Banco dos BRICS. Começou-se a investir na
indústria militar e atômica. Estaleiros, porta aviões aeronaves hipersônicas,
começava a se desenhar o Brasil como uma potência militar. Será que se nada
fosse feito e o Brasil seguisse seu rumo em pouco tempo não nasceria uma nova
potência mundial, a primeira no hemisferio sul? Essa concorrência por mercado e
influencia não incomodaria por exemplo os EUA que até então não tinha ninguém
competindo? Talvez nesses pensamentos esteja a prova que falta para condenar
Lula. Um dos únicos que até então trouxe um programa de governo nessa
invergadura, e que poderia voltar agora em 2018. Vale lembrar que o serviço
secreto americano estudava a reação dos brasileiros a certos estimulos (logo
como fazer protestos para desestabilizar um governos), espionava a presidência
e a Petrobras. Por coincidência, onde começou a crise que ainda hoje se
arrastra?
Com essas dos indícios e de matérias de jornais servirem de provas irrefutáveis. Como fica a segurança jurídica e a lisura esperada num processo? Como está do lado certo da convicção? Dá para confiar na justiça brasileira?
Se nada disso fizer sentido, pode seguir então achando que
indícios e as ligações de um powerpoint, unidos a delações de criminosos
confessos que espreitavam um premio da justiça nas suas penas, são de valores
irrefutáveis.
Por Ed Santos
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