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A saúde no interior do Bahia ganhou um reforço de peso nesta segunda-feira (18), quando o Governo do Estado, através da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), entregou 41 ambulâncias para municípios de diferentes regiões, levando saúde para quem mais precisa e reforçando a assistência no interior.


A cerimônia aconteceu na sede da Sesab, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, e contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, da secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, de prefeitos e parlamentares baianos.


Totalizando um investimento superior a R$ 11 milhões, provenientes de emendas parlamentares, as 41 ambulâncias modelo Hilux 4x4 foram destinadas a todas as nove macrorregiões de saúde, como explicou o governador Jerônimo Rodrigues. “São ambulâncias que oferecem conforto para pacientes, acompanhantes e também para quem dirige. Quero agradecer a todos os deputados federais e lembrar que aqui não tem partido, esses veículos também serão responsáveis por ajudar os municípios no transporte de casos que se resolvem lá mesmo”, explicou.


Foram contempladas as cidades de Curaçá, Serra Dourada, Mucuri, Itajuípe, Itapetinga, Jucuruçu, Santa Brígida, Entre Rios, Feira da Mata, Tanque Novo, Jaborandi, Rodelas, Encruzilhada, São Gonçalo dos Campos, Serra do Ramalho, Araci, Camaçari, Canarana, Itaberaba, Ipiaú, Santa Maria da Vitória, Irará, Rafael Jambeiro, Irecê, Itagi, Crisópolis Terra Nova, Paulo Afonso, Tanhaçu, Ipecaetá, Simões Filho, Piatã, Barra do Choça, Maraú, Cícero Dantas, Camamu, Ibicaraí, Caetanos, Vereda, Ribeirão do Largo e Feira de Santana.


Para a secretária da Saúde do Estado, a entrega representa mais uma estratégia de fortalecimento da atenção primária e especializada no interior. “Essas ambulâncias ampliam a possibilidade de oferecer aos municípios um melhor transporte dos pacientes, seja para o processo da Central Estadual de Regulação, através da remoção dos pacientes, ou dentro do próprio município. Em 2024 já entregamos mais de 50 ambulâncias para fortalecer a saúde no interior”, afirmou.


Entregas


Somente em 2023, 217 ambulâncias foram destinadas a municípios do interior baiano, contabilizando um investimento de aproximadamente R$ 40 milhões. Nos primeiros meses de 2024, 14 veículos já haviam sido entregues, representando um investimento superior a R$ 3,7 milhões e levando mais agilidade e assistência, otimizando a remoção dos pacientes do interior. 


Com as novas ambulâncias disponibilizadas nesta segunda, o Governo do Estado passa a contemplar 53 municípios em todos os nove Núcleos Regionais de Saúde com 55 veículos entregues e mais de R$ 14 milhões investidos.

A liga realizaram a 16ª edição do Campeonato Itiruçuense de futebol "Taca Francisco Giarrusso" homenagem ao primeiro presidente da Liga Itiruçuense de futebol - LIF, que fui fundada em 1986. A competição contará com 8 equipes do município : ADU, Força Jovem,  Itiruçuense, Marialva, Teixeira,  TPO, UDI e Vasco.

As  oito equipes  serão dividida em dois grupos de de 4  equipes, as primeiras de cada grupo classifica direto para semifinal  e quarto disputa  as outras duas vagas para a semifinal. A Final da competição está prevista para o dia 16 de junho.

A competição tem apoio da Prefeitura de Itiruçu, Café Tênis e Casa amarela. Outros patrocinadores já estão em contato, E a diretoria  da Liga revelou que provavelmente nos proximo dias no mínimo mais  dois apoiadores vão está sendo divulgados.

Condenado a nove anos de prisão por violência sexual de grupo na Itália, Robinho acusou a Justiça do país europeu de racismo em seu processo. Na próxima quarta, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai julgar o pedido do governo italiano para que o ex-jogador cumpra a pena em território brasileiro. Ele afirmou que tem provas suficientes, que foram ignoradas, mesmo após julgamento em três instâncias na justiça italiana.

– Só joguei quatro anos na Itália e já cansei de ver histórias de racismo. Infelizmente, isso tem até hoje. Foi em 2013, estamos em 2024. Os mesmos que não fazem nada com esse tipo de ato (racismo) são os mesmos que me condenaram – disse Robinho, em entrevista à TV Record.

"Com certeza, se o meu julgamento fosse para um italiano branco, seria diferente. Sem dúvidas. Com a quantidade provas que eu tenho, não seria condenado", declarou o ex-jogador.

Robinho admite ter tido uma relação rápida com a vítima na noite do crime. O brasileiro, porém, afirma que foi consensual e reitera que os exames realizados na investigação não detectaram seu DNA – ele teria usado preservativo.

– Tivemos uma relação superficial e rápida. A gente trocou beijos, fora isso, fui embora para casa. Em nenhum momento ela empurrou, falou "para". Tinha outras pessoas no local. Quando vi que ela queria continuar com outros rapazes, eu fui embora para casa – disse o ex-jogador do Santos.

"Eu nunca neguei. Foi consensual. Nunca neguei. Poderia ter negado, porque não tem meu DNA lá. Mas não sou mentiroso", afirmou Robinho.

Na entrevista à TV Record, Robinho constantemente afirmou que a vítima não estava embriagada na noite do crime e reiterou que os exames do processo confirmam o fato. No entanto, em áudios de gravações feitas pela investigação da polícia italiana, o brasileiro teria falado que "a mulher estava completamente bêbada".

Os áudios também indicaram que Robinho deu risadas quando soube que seria acusado de estupro. À TV Record, o jogador alegou que as conversas gravadas no processo foram feitas em um contexto de intensa pressão e admite que foi controverso.

– Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto dos áudios, eu estava conversando com pessoas que não são confiáveis. Muita gente sempre se aproxima de jogador de futebol para arrancar dinheiro. Começaram com história de gravidez. Minha risada foi de indignação... de que não ia deixar me extorquir. Sei que não cometi crime. Não foi de deboche da vítima.

"O que é verdade foi o que relatei no processo. Áudios foram fora de contexto, com pessoas que estavam me perseguindo. Eu falo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é exatamente isso", disse Robinho.

Na próxima quarta, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai julgar o pedido do governo italiano para que o ex-jogador cumpra a pena em território brasileiro. Robinho espera um veredito diferente. Caberá recurso da decisão.

– Espero que aqui no Brasil, eu possa ter voz que não tive lá fora. Você quer mostrar suas provas, e não entendi o porquê, provas tão relevantes para qualquer pessoa, para eles (Justiça da Itália) não foram. Todos aqueles que julgam, possam ver minhas provas. Eu não sou esse monstro. Não fui uma pessoa durante 10 anos e me tornei outro.

Robinho foi condenado em 2017 por atos ocorridos em 2013. Depois disso a sentença foi confirmada em outras instâncias – em janeiro de 2022, a mais alta corte da Itália encerrou qualquer possibilidade de recurso.

Desde então, a Itália pediu a extradição de Robinho para as autoridades brasileiras – o que não ocorreu, já que o Brasil não extradita seus cidadãos. As autoridades italianas, então, pedem que a pena seja cumprida no Brasil.

O parecer do Ministério Público Federal concorda com esse pedido. De acordo com o subprocurador da República Carlos Frederico dos Santos, "respeita tanto a Constituição Federal quanto o compromisso de repressão da criminalidade e de cooperação jurídica do país".

Robinho vive no litoral paulista desde que voltou ao Brasil. Na terça-feira, ele esteve no CT do Santos e chegou a participar de um churrasco com o elenco profissional.

Horas depois, o clube divulgou uma nota dizendo que o ex-jogador não foi convidado para o evento e que ele esteve no clube para levar um exame do filho, que atua na equipe sub-17.

Entenda o caso

O crime cometido por Robinho aconteceu na Sio Café, uma conhecida boate de Milão, na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. À época, Robinho era um dos principais jogadores do Milan. Além dele e de Falco, outros quatro brasileiros, segundo a denúncia da Procuradoria da cidade, participaram da violência sexual contra uma mulher de origem albanesa.

Amigos do jogador que o acompanhavam no exterior, os outros quatro brasileiros deixaram a Itália durante a investigação e não foram acusados, sendo apenas citados nos autos.

A vítima, residente na Itália há alguns anos, naquela noite foi com uma amiga à boate – a violência ocorreu dentro do camarim do local – para comemorar seu aniversário de 23 anos. No final desta semana, completará 32.

Desde que a vítima do estupro coletivo denunciou o jogador, há nove anos, a Itália viu dezenas de episódios semelhantes ganharem destaque, alguns deles envolvendo filhos de políticos. Os acusados, segundo um balanço do judiciário realizado pelo equivalente ao IBGE italiano, são majoritariamente jovens entre os 20 e 25 anos (Robinho tinha 29 anos quando foi acusado do crime).

O ge publicou com exclusividade em outubro de 2020 as interceptações realizadas contra Robinho e seus amigos com a autorização da Justiça – escutas foram instaladas até no carro que o jogador usava na Itália.

As gravações foram transcritas na sentença inicial e confirmam, segundo disse uma juíza que participou do julgamento em primeira instância, a versão da vítima de que houve violência sexual cometida por seis homens contra uma mulher que estava alcoolizada e inconsciente. "Amulher estava completamente bêbada", disse Robinho em uma das conversas gravadas.

A primeira condenação do ex-jogador do Santos e de Ricardo Falco data de novembro de 2017. À época, Robinho jogava no Atlético-MG. Ele deixou a Itália em 2014, quando já tinha sido convocado a depor no inquérito que apurava o crime – o jogador negou a acusação, mas confirmou que manteve relação sexual com a mulher, ressaltando que ela foi consensual e sem outros envolvidos. No caso de Falco, uma perícia encontrou a presença de seu sêmen nas roupas da jovem.

No julgamento realizado na segunda instância, em dezembro de 2020, a Corte de Apelação de Milão manteve a condenação inicial de nove anos de prisão. As três juízas responsáveis pela sessão destacaram o "particular desprezo" de Robinho com a vítima, que foi "brutalmente humilhada", e o que consideraram uma tentativa de enganar a Justiça italiana com uma "versão dos fatos falsa e previamente combinada" com os outros envolvidos.

Depois do Atlético-MG, Robinho passou por dois clubes turcos: Sivasspor e Istambul Basaksehir. Em outubro de 2020, chegou a ser anunciado pelo Santos, mas não entrou em campo pelo clube, já que teve seu contrato suspenso e posteriormente encerrado.

Reconstituição do crime

Na reconstituição feita pela Justiça, a vítima de origem albanesa contou que foi ao Sio Café em 21 de janeiro de 2013 para comemorar seu aniversário ao lado de duas amigas. No dia, a programação da boate era dedicada à música brasileira.

Ainda segundo o depoimento, na noite do episódio, a vítima disse que foi ao local convidada por um dos amigos do Robinho, mas que, por SMS, ele a informou que ela só deveria se aproximar da mesa depois que a mulher do jogador fosse embora.

Assim que isso aconteceu, ela e as duas amigas se juntaram ao grupo de brasileiros, que depois passou a ter também a presença de Ricardo Falco. Segundo a vítima, os brasileiros ofereceram várias bebidas alcoólicas, mas apenas ela bebia, pois uma das amigas estava grávida e a outra estava dirigindo.

Por volta de 1h30 da madrugada, as duas amigas foram embora, e uma delas se comprometeu a voltar para buscá-la. Depois de dançar com os brasileiros, sem ar e tonta, ela contou ter ido para uma área externa da boate, momento em que um dos amigos do jogador tentou beijá-la. Pouco depois, os dois foram para o camarim, onde o mesmo amigo continuou tentando beijá-la.

A vítima admitiu ter apenas "alguns flashes daquela noite", acrescentando que não tinha condições de "falar" nem de "ficar em pé". Segundo suas recordações, ela ficou no local sozinha por alguns minutos e "percebeu" que o mesmo amigo e Robinho estavam "se aproveitando" dela.

Diversas gravações de ligações telefônicas entre os acusados, feitas com autorização da Justiça, foram transcritas na sentença. Uma das mais decisivas para a condenação em primeira instância foi uma conversa de Ricardo Falco com Robinho que indicou ao tribunal que os envolvidos tinham consciência da condição da vítima.

O único dos presentes na boate em Milão que cumpriu a pena aplicada pela Justiça foi o músico brasileiro Jairo Chagas, que vive na Itália há anos e que naquela noite de 2013 tocava no Sio Café. O crime teria ocorrido no camarim dele, conforme a reconstituição feita pela Procuradoria.

Ele foi condenado por falso testemunho à justiça italiana. Em uma das gravações interceptadas, Jairo diz a Robinho por telefone que viu quando o jogador “colocava o pênis dentro da boca dela”. No depoimento, porém, o músico disse que não viu cenas de sexo naquela noite.

Entre 2018 e agosto de 2021, ele fez serviço comunitário uma vez por semana, cuidando de idosos numa casa de repouso e limpando praças e creches na região de Milão.

Vitória goleia o Barcelona e volta à final do Baianão após seis anos  Foram seis edições longe da final do Baianão. Mas, neste ano, o Vitória voltará a decidir o título do maior e mais antigo estadual do Norte/Nordeste.

Em partida disputada contra o Barcelona de Ilhéus, na tarde deste domingo, o Rubro-Negro não começou bem e chegou a ficar atrás do placar, mas buscou a virada, venceu por 4 a 1 e confirmou a vaga para decidir o título contra o Bahia. Jadson Sergipano marcou para a Onça Pintada, e o Rubro-Negro balançou as redes com Osvaldo, Camutanga, Alerrandro e Mateus Gonçalves no Barradão.

Vitória e Bahia vão decidir o título do Campeonato Baiano de 2024 em duas partidas. No dia 31 de março o Rubro-Negro será mandante, no Barradão. O jogo da taça será uma semana depois, dia 7 de abril, com mando de campo do Tricolor na Arena Fonte Nova. Vale lembrar que a única vantagem do Bahia é fazer o segundo jogo da final em casa. Em caso de empate ao fim dos 180 minutos, o campeão será conhecido na disputa de pênaltis.

Depois de garantir a vaga na final do Campeonato Baiano, o Vitória se prepara para três partidas seguidas pela Copa do Nordeste. A primeira delas será o clássico Ba-Vi, marcado para as 21h30 da próxima quarta-feira (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova. Do outro lado, o Barcelona de Ilhéus fica sem calendário para o restante da temporada, e pode já começar a pensar em 2025, ano em que vai disputar a Série D e a Copa do Brasil.

O Nova Iguaçu está na final do Campeonato Carioca! A Laranja da Baixada fez história na tarde deste domingo, no Maracanã, ao vencer o Vasco por 1 a 0, no segundo jogo da semifinal. O gol de Bill, da vitória do Nova Iguaçu saiu aos 29 minutos. 

O Nova Iguaçu avançou para disputar uma decisão estadual pela primeira vez. O time vai enfrentar o Flamengo, que eliminou o Fluminense na outra semifinal.

Eliminado no Maracanã com um público de mais de 60 mil torcedores, a equipe de Ramón Díaz só volta a entrar em campo pelo Campeonato Brasileiro. A estreia do Vasco está marcada para o dia 13 de abril, contra o Grêmio, em São Januário.

FICHA TÉCNICA

NOVA IGUAÇU 1X0 VASCO

Local: Maracanã

Data: 17/03/2024

Árbitro: Yuri Elino Ferreira

Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Wallace Muller Barros Santos

VAR: Rodrigo Carvalhaes

Cartão amarelo: Xandinho, Carlinhos e Sidney (Nova Iguaçu) e Payet, Rossi, Medel e Paulo Henrique (Vasco)

Cartão vermelho:

Gol: Nova Iguaçu: Bill, aos 29′ do 2ºT

Vasco:

NOVA IGUAÇU: Fabrício Santana; Yan Silva (Cayo Tenório), Gabriel Pinheiro, Sérgio Raphael e Maicon Esquerdinha; Igor Fraga (Ronald), Albert e Yago Ferreira (João Victor); Bill (Sidney), Xandinho (Maxsuell Alegria) e Carlinhos. Técnico: Carlos Vitor

VASCO: Léo Jardim; Rojas (Paulo Henrique), João Victor, Léo e Lucas Piton; Medel (Zé Gabriel), Praxedes (Sforza), Galdames (David) e Payet; Adson (Clayton) e Vegetti. Técnico: Ramón Díaz

O deputado estadual municipalista Hassan (PP), que desde o início do seu mandato vem denunciando o descaso, omissões e negligência da concessionária ViaBahia e bradando pela duplicação da BR-116, da ponte do Rio Paraguaçu até a divisa com Minas Gerais, recebeu com alegria e esperança a informação de que o deputado federal Leur Lomanto Júnior protocolou na Câmara Federal pedido de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar as irregularidades nas concessões rodoviárias sob responsabilidade da ViaBahia, que administra as BRs 324 e 116 na Bahia. “Muito importante e oportuna a iniciativa de Leur. Já passou da hora de dar um basta ao desrespeito da ViaBahia para com os baianos”, disse Hassan, externando sua expectativa de que os deputados federais, especialmente os baianos, possam aderir e viabilizar as assinaturas necessárias  para instalação da comissão.

Ao justificar o pedido de CPI, o deputado Leur frisa que a ViaBahia não cumpre os cronogramas de obras e outras obrigações contratuais, paralisou a duplicação da BR-116, não realiza a manutenção adequada das rodovias, apesar de aplicar aumentos nas tarifas de pedágio. O parlamentar federal destacou ainda que "desde que obteve as concessões dos trechos da BR-116 e da BR-324, em 2009, a concessionária tem sido alvo de reclamações e denúncias, e apenas em 2021 acumulou 295 processos administrativos sancionadores, com multas totalizando cerca de R$ 400 milhões, além de enfrentar uma série de processos no Tribunal de Contas da União (TCU)".

O deputado Hassan continua cobrando a retomada das obras de duplicação da BR-116, desde a ponte do Rio Paraguaçu até a divisa com Minas Gerais, com ênfase no trecho da Serra do Mutum, que vai de Jaguaquara a Jequié. “É terrível o que está acontecendo. Todos os dias ocorrem  acidentes, causados pela falta de manutenção e iluminação adequadas, deixando feridos, mortos e famílias enlutadas”.

Testemunha-chave nas investigações que miram a atuação de Jair Bolsonaro em uma suposta trama golpista, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes prestou um dos mais contundentes depoimentos à Polícia Federal e jogou luz, com detalhes comprometedores, sobre o papel do ex-presidente nas articulações antidemocráticas que por pouco não levaram o país a uma ruptura institucional. 

O militar detalhou aos policiais, ao longo de mais de oito horas no último dia 1º, que o ex-presidente apresentou diretamente aos três comandantes das Forças Armadas meandros de como poderiam ser sacados instrumentos excepcionais, por vezes típicos de regimes ditatoriais, para reverter o resultado das eleições que deram vitória ao presidente Lula. Segundo o general, na fatídica reunião do dia 7 de dezembro de 2022 no Palácio da Alvorada, relatada pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid em seu acordo de colaboração premiada, o então mandatário apresentou a eles a ideia de decretar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e de sacar elementos extremados como o Estado de Defesa e o Estado de Sítio para se contrapor à realidade expressa nas urnas.

O documento debatido no Alvorada, descobriram os investigadores, é exatamente o mesmo encontrado no telefone celular de Mauro Cid. Em junho, VEJA revelou que a PF havia flagrado arquivos de teor golpista com o ex-ajudante de ordens. Em 28 de novembro de 2022, Mauro Cid já havia feito uma espécie de backup do acervo de seu celular, que incluía fotografias do texto que, dias depois, seria apresentado por Bolsonaro aos comandantes. Numa visão totalmente deturpada do que é Justiça, o texto também atacava um “desmedido ativismo judicial” praticado por ministros do Supremo Tribunal Federal, previa que “a legalidade nem sempre é suficiente” e apontava que decisões judiciais poderiam ser “ilegítimas por se revelarem injustas na prática”.

No encontro no Palácio da Alvorada, Freire Gomes relata que Bolsonaro revelou que, àquela altura, “o documento estava em estudo” e que eles seriam convocados posteriormente para tomarem conhecimento da “evolução” das discussões antirrepublicanas. Foi nesta primeira reunião, restrita à alta cúpula militar e realizada na biblioteca da residência oficial do presidente da República, que o então comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier, nas palavras do próprio general, “teria se colocado à disposição do presidente da República”. O endosso do almirante também fora antecipado por Cid em delação.

Dias depois, segundo o relato de Freire Gomes, uma nova audiência foi convocada e, na presença dos três comandantes e do então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, Jair Bolsonaro detalhou uma versão atualizada do documento, mantendo medidas extremas, como a decretação de um Estado de Defesa, e anunciando a criação de uma Comissão de Regularidade Eleitoral para “apurar a conformidade e a legalidade do processo eleitoral”.

Ao longo do depoimento, o ex-comandante do Exército detalhou ainda que alertou Jair Bolsonaro, repetidas vezes, que o Exército “não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional” e que inclusive chegou a esclarecer ao então presidente “de que não haveria mais o que fazer em relação ao resultado das eleições e que qualquer atitude, conforme as propostas, poderia resultar na responsabilização penal do então presidente da República”.

Parecia uma profecia. Entre outros crimes, Jair Bolsonaro caminha para ser enquadrado nos crimes de tentativa de abolição do estado Democrático de Direito e golpe de Estado, ilícitos cujas penas podem chegar a 20 anos de cadeia.

De acordo com o general, ele “sempre externou ao então presidente da República, nas condições apresentadas, que do ponto de vista militar não haveria possibilidade de reverter o resultado das eleições”.

Em suas declarações aos investigadores, o militar ainda negou que tenha utilizado a instituição que comandava para questionar a segurança das urnas eletrônicas, ressaltou por diversas oportunidades que não houve fraudes nas eleições – e que Jair Bolsonaro tinha plena consciência de que não haviam sido detectados desvios ou fraudes na disputa presidencial –  e afirmou que não concordava com a verborragia do ex-mandatário sobre possíveis ilegalidades no sistema eleitoral ou nas urnas.

Primeiro personagem contra o qual apareceram evidências documentais de envolvimento em discussões para a viabilização de um golpe de Estado no país, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres também é personagem crucial nas revelações do general Freire Gomes à Polícia Federal.

O ex-comandante do Exército também foi confrontado com o texto da minuta golpista encontrada na residência de Torres, durante buscas da PF em janeiro do ano passado, e reconheceu o texto, ipsis literis, como um dos documentos debatidos com Bolsonaro nas reuniões golpistas no Palácio da Alvorada. A medida previa uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que eles chamaram de Estado de Defesa, para anular a eleição presidencial.

A revelação joga por terra um dos pilares da linha de defesa de Anderson Torres, que sempre havia desqualificado o rascunho encontrado em sua casa e menosprezado a relevância do achado.

Além do documento de Torres, o general detalha, ainda, uma atuação direta do ex-ministro da Justiça. Segundo Freire Gomes, Torres dava “o suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas”.

No dia 14 de dezembro de 2022, ainda segundo Freire Gomes, uma audiência restrita do general Paulo Sérgio Nogueira com os três comandantes na sede do ministério, em Brasília, serviu de palco para uma terceira discussão sobre pretensos embasamentos jurídicos para sustentar a virada de mesa eleitoral.

Nesta reunião, coube ao próprio ministro da Defesa apresentar uma minuta ainda mais ampla do que as versões debatidas uma semana antes por Bolsonaro.

Nas palavras do general Freire Gomes, “o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, apresentou aos presentes a minuta de decreto que era mais abrangente do que a apresentada pelo então presidente Jair Bolsonaro, mas na (sic) mesma forma decretava o Estado de Defesa e instituía a criação da Comissão de Regularidade Eleitoral para ‘apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral’”.

Paulo Sérgio Nogueira chegou a fazer reuniões semanais com os comandantes das Forças Armadas para debater as eleições daquele ano. Era em vão, resumiu o então chefe do Exército à Polícia Federal, porque “o Exército manteria uma posição institucional, imparcial, sem interferir no processo eleitoral”.

Diante do então ministro, o general e o então comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, anunciaram ser frontalmente contrários à sublevação. Almir Garnier, disse Freire Gomes, silenciou.

À Polícia Federal, o general também relatou ter se sentido pressionado por militares da ativa que divulgaram uma carta na qual diziam que estavam “atentos a tudo que está acontecendo” e que provocava “insegurança jurídica e instabilidade política” no país. O texto passava um recado velado: “Covardia, injustiça e fraqueza são os atributos mais abominados para um soldado”.

Coincidência ou não, o documento foi divulgado no mesmo dia em que Cid encaminhou para si a minuta golpista debatida no Alvorada e dias depois apresentada aos comandantes. Freire Gomes disse acreditar que esse movimento “veio de fora” da força e que, de início, tentaram convencer os comandantes a aderir ao plano de golpe de Estado. Diante do insucesso da medida, os três chefes das forças passaram a ser alvos de ataques pessoais.

Fonte Veja

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