Década de 80. Os cafezais reinavam soberanos na terras férteis da nossa pátria mãe. A beleza do branco florido se misturava no tapete verde que se estendia na inspiração dos meus olhos e o encanto ía até onde os meus olhos podiam alcançar. As suas floradas enchiam de alegria os cafeicultores, os catadores de café e o comércio local. O município nessa época, era invadido por um perfume sem igual. Um perfume que era o prenúncio de riqueza dos dias que estavam por vir. Todas as manhãs, tinham sempre pais, mães e filhos que se acomodaram em carroceria de tratores, Pampas, F-4000 e iam de encontro a lida. No "emborná" não muito cheiro, a farofa, a água e a esperança de um dinheiro a mais. No final de tarde, banhados pela poeira, a certeza de que o amanhã a vida seria da mesma forma. Orgulhavam-nos ouvir falar dos Senhores do café: Antônio Pimenta, Pedão, Dona Conchetta, Santino e tantos outros, que impulsionavam a economia da terra de José Inácio. Hoje, a nostalgia que ora me envolve, alimenta um sentimento de pureza que me faz transportar aos eternos cafezais e a riqueza que brotava nas raízes do meu povo.
De lá pra cá, muitas coisas mudaram, outras culturas tomaram conta de nossas terras e a economia seguiu um outro norte. Porém, nada mudará a história de uma riqueza verde que fez parte e ainda faz de nossas vidas e que somos eternamente gratos.
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